Leitor, perguntinha rápida: sua equipe é composta 100% (ou quase!) por veterinários autônomos? Se sim, provavelmente você se faz perguntas como:
- Existe uma forma de aumentar o comprometimento dos colaboradores com os protocolos e a missão da clínica, mesmo quando eles não atuam exclusivamente na sua empresa?
- É possível engajar pessoas com recompensas que vão além do incentivo financeiro, reduzindo a rotatividade?
Questões como essa fazem todo o sentido: afinal, uma equipe engajada é o alicerce de qualquer clínica veterinária de sucesso. Porém, num mercado cada vez mais dominado por contratos de autonomia, pode ser difícil fazer os veterinários “vestirem a camisa da sua empresa”. A cada atendimento distante do padrão desejado, a sua clínica perde em reputação – podendo ter impactos diretos na retenção de clientes.
Neste artigo, você encontrará estratégias e dicas práticas de gestores e consultores da área veterinária. Descubra segredos para engajar e potencializar seus colaboradores autônomos, dando um pontapé inicial para aumentar a produtividade, elevar a qualidade dos serviços e, no fim, impulsionar os resultados da sua clínica veterinária.
Aqui vão os tópicos que iremos abordar:
- O cenário do mercado veterinário e a expansão dos contratos autônomos
- Estratégias para engajar os veterinários autônomos
- Acompanhe o engajamento dos seus veterinários autônomos
Boa leitura!
O cenário do mercado veterinário e a expansão dos contratos autônomos
Para chegar às dicas práticas sobre o engajamento de veterinários autônomos, é preciso começar por um assunto essencial: o motivo deste modelo contratual estar ganhando destaque no mercado.
Pequenas e médias clínicas veterinárias vivem um grande desafio: fazer as contas fecharem, mesmo diante de faturamentos tímidos e margem de lucro estreita.
Diante disso, contratar veterinários via CLT é cada vez mais difícil: o piso salarial alto – R$ 7.920 para uma jornada de 6h –, além dos encargos, torna essa opção distante para a maior parte dos negócios veterinários. Contratações autônomas, mais flexíveis e acessíveis, ganham mais espaço a cada dia.
“Contratar um veterinário CLT no Brasil é extremamente difícil, porque o piso da categoria é muito alto. Então as empresas não conseguem garantir”, explica Jessica Mothé, consultora do mercado pet e sócia do Lola’z Pet. “Na sua grande maioria, a gente tem empresas que não faturam mais de R$ 100 mil por mês, então elas não dão conta de conseguir montar um quadro com profissionais ganhando esse valor”, acrescenta.
O gestor veterinário e sócio-proprietário do Pet Carioca – CAMEV, Diogo Correa, acrescenta que a jornada de trabalho de 6 horas versus um piso salarial de 6 salários mínimos “não condiz com a realidade do mercado”. Segundo ele, quando se pensa em percentuais de comissão, rentabilidade dos serviços e outros encargos, a conta não fecha.
“É mesmo um desafio muito grande conseguir contratar um veterinário num regime de CLT. Acabamos trabalhando realmente com outras ferramentas ou outros recursos que nos permitam viabilizar o trabalho”, afirma Diogo.
Cada vez mais profissionalização
O resultado de tudo isso é que, além dos especialistas volantes e dos plantonistas, os veterinários do corpo clínico também passaram a ter contratos autônomos. E não são compromissos “de boca”: com a profissionalização do setor pet, as clínicas buscam contratos mais robustos e seguros, para a segurança das próprias empresas.
Esse é o momento em que o Hospital Veterinário Reino Animal está vivendo. Segundo o gestor financeiro, Vitor Andrade, o processo de deixar de ser uma empresa familiar, expandindo e estruturando sua operação, levou a uma organização natural dos contratos de trabalho.
“Hoje, a gestão de clínicas e hospitais no Brasil ainda é um tanto quanto ‘amadora’. Então, há uma dificuldade envolvendo contratação, entre outras questões de gestão. Mas devido à potência do mercado, hoje estamos vendo muitos investidores, muitas empresas colocando dinheiro, gerando um processo natural de profissionalização do segmento”, conta Vitor.
O desafio do engajamento
Se, por um lado, a profissionalização do setor e a organização dos contratos de trabalho é positiva para clínicas e profissionais, por outro lado, um novo problema se descortina. Com um corpo clínico quase, ou totalmente formado por veterinários PJ e autônomos, as clínicas veterinárias passam a enfrentar desafios ligados ao seguimento de protocolos de atendimento e à rotatividade de colaboradores.
“Investimos tempo e dinheiro em treinamento, capacitação, em garantir o alinhamento desses profissionais com a cultura da empresa, com a nossa missão, visão e valores. A alta rotatividade significa um retrabalho e reinvestimento constante para a clínica”, comenta Diogo.
A consultora Jessica Mothé conta que, muitas vezes, gestores pet não entendem que contratar, treinar e ter um colaborador que não atende ao seu padrão, é caro. “Esses gestores não percebem o preço que eles estão pagando por estar com essa alta rotatividade. E isso sai muito caro para o negócio dele”.
Quer entender como sair desse lugar? Veja as dicas a seguir.
Estratégias para engajar os veterinários autônomos
Controle de vacinas, estoque e mais.
Gestão pet é com SimplesVet.
Uma provocação: se a maior parte dos seus veterinários são autônomos, será que você não deveria começar a pensar neles como parte da sua clínica veterinária – e não como prestadores de serviço terceirizados?
Esse pensamento pode parecer simples, mas faz toda a diferença. Talvez você não pense em investir em preparo, acompanhamento constante e estratégias de recompensa para uma equipe terceirizada. Mas, quando falamos no seu corpo clínico – os profissionais que estarão na sua empresa todos os dias, atendendo seus clientes e representando sua empresa – a coisa muda de figura.
A forma como essa equipe é tratada e acompanhada na empresa faz toda a diferença na maneira como ela se conecta aos valores e processos da sua clínica veterinária. Não à toa, o primeiro conselho dos nossos entrevistados é: prepare um onboarding para o seu veterinário autônomo.
Faça do terceirizado uma parte do seu time
Nada de acreditar que o veterinário PJ ou autônomo já precisa chegar pronto na sua empresa, ou aprender apenas o básico sobre sua clínica. De acordo com os especialistas, ter um onboarding sólido é fundamental para alinhar as práticas dos veterinários à missão, visão e valores da sua empresa. Onboarding nada mais é do que o processo de integração de novos membros em uma equipe ou empresa, englobando treinamentos e atividades para facilitar sua adaptação e produtividade.
“É um pouco parecido como aprender a andar de bicicleta. Primeiro você vê a pessoa andar, depois você segura, vai ajudando a ter equilíbrio, depois você solta e vai só monitorando por trás. O grande problema é que hoje quando a gente contrata esse prestador de serviço, a gente solta ele direto com a bicicleta, ele nem acompanha um plantão na maioria das vezes. Então tem que ter um processo. E nesse momento o onboarding faz toda a diferença”, garante a consultora Jessica.
O primeiro passo para um onboarding de sucesso é ter clareza sobre os critérios culturais e padrões de atendimento da sua empresa. Em seguida, o ideal é documentar tudo isso, gerando um material que será a base para o processo de integração. O gestor Diogo explica o modelo que aplica em sua empresa:
“No momento da contratação, no primeiro dia do onboarding, a pessoa recebe uma pasta de documentos, contendo o manuais e também os POPs (Procedimentos Operacionais Padrão). Ali, está todo o operacional da empresa”, compartilha Diogo.
Mas o processo não termina na pastinha de documentos. O segredo do negócio é “colar” no profissional novo, garantindo acompanhamento total nos primeiros dias. “Essa pessoa vai ser acompanhada durante toda a primeira semana, com outro veterinário mais experiente. Isso acontece até ela ter condições de começar a assumir sozinha os plantões“, acrescenta o gestor.
No Hospital Veterinário Reino Animal, o procedimento é o mesmo. O gestor Vitor conta que a pessoa recém-contratada passa uma semana treinando para que eles possam realmente ver como é que ela põe a mão na massa. “Na segunda semana a gente senta, vê se fez sentido pra ela e para a gente… e aí começamos os trabalhos”, diz Vitor.
Além do acompanhamento, a consultora Jéssica Mothé aponta que fazer a pessoa se sentir parte da empresa – mesmo sendo uma terceirizada – é essencial para o engajamento. Nessa hora, as açōes de relacionamento são um diferencial.
“Nas clínicas que atuo, temos um kit de boas-vindas. Dê um mimozinho – uma caneca, um caderno… Prepare uma apostila com os conteúdos do treinamento. Isso faz toda a diferença”, acrescenta.
Recompense a performance para estimular produtividade
Em contratos de 4h ou 6h, você detém apenas parte do tempo do seu colaborador autônomo. A sua missão é torná-lo o mais produtivo possível nesse período – e, para isso, é preciso que perseguir a performance faça sentido para ele também.
As recompensas são uma ótima forma de dar um incentivo a mais aos resultados do time. E acredite: elas podem ir além do dinheiro. Veja os métodos a seguir e escolha o que mais combina com a sua empresa!
Comissões por volume de atendimento e avaliação:
As comissões por volume são, talvez, o formato de recompensa mais clássico nas empresas em geral. Porém, o mercado veterinário conta com um complicador: como o atendimento clínico é um serviço de saúde, o número de vendas precisa ser justificado pela real necessidade de cada paciente. Muitos veterinários têm dificuldade em realizar atendimentos produtivos sem cair na mercantilização.
Para otimizar os atendimentos mantendo o equilíbrio ético, a consultora Jessica Mothé propõe um modelo em que o profissional é comissionado por número de consultas no mês – destacando os clientes novos ou aqueles sem avaliação recente. A ideia, neste caso, é privilegiar profissionais que mantiveram uma agenda de atendimentos consistente.
Jessica sugere, ainda, critérios de qualidade no comissionamento. Se, por exemplo, 80% dos clientes avaliarem a empresa com cinco estrelas, o veterinário pode receber uma comissão maior, incentivando práticas que elevem a satisfação dos clientes.
“O objetivo é criar dinâmicas que estimulem o profissional a fazer o movimento da clínica acontecer”, aponta Jessica.
Comissões por metas de faturamento (ticket médio):
Será que o medo da mercantilização impede comissionamentos por faturamento? Diogo, gestor da Pet Carioca, mostra que é possível: na sua empresa, ele adota comissões baseadas no ticket médio dos atendimentos.
“Se um veterinário fizer três plantões, eu não posso comparar o faturamento total dele com aquele veterinário que faz seis plantões“, explica. Para remunerar a todos de forma justa, ele usa como métrica de comissão o ticket médio de atendimentos de cada colaborador.
“Não importa se ele atendeu 10 ou 20, ele receberá uma comissão calculada pela média dos seus atendimentos – incluindo procedimentos extras, internações e cirurgias que o veterinário tenha realizado”, acrescenta o gestor.
Possibilidades de crescimento profissional:
Já falamos sobre os incentivos financeiros para o engajamento dos seus veterinários autônomos. Mas já pensou que proporcionar oportunidades de crescimento também pode ser um forte incentivo para a retenção de profissionais terceirizados?
Este é o método adotado por Vitor, gestor financeiro do Hospital Veterinário Reino Animal. Sua empresa tem décadas de reconhecimento no mercado pet, o que faz dela um espaço capaz de oferecer aprendizado e experiências a profissionais em evolução de carreira – inclusive, trazendo estagiários para a empresa desde cedo, buscando formá-los nas suas boas práticas.
O processo gera uma formação de longo prazo, que contribui para a qualidade de atendimento e também para a retenção do colaborador.
“Para o estudante, tem a questão do aprendizado, do network, de abrir portas. Mas para a gente é importante porque além desse suporte que ele dá, eu consigo ver o potencial para contratá-lo para auxiliar de veterinária. Formou? Já trago para o plantão. Desenvolveu bem no plantão? Trago para o horário comercial. Se desenvolveu no horário comercial? Trago para ser meu médico linha de frente. Desenvolveu bem? Eu já trago para a coordenação”, explica Vitor.
Acompanhe o engajamento dos seus veterinários autônomos
Se você chegou até aqui, percebeu que ter clareza sobre a cultura da sua clínica veterinária, contar com métodos claros de treinamento e ter uma estratégia de comissionamento são as chaves para engajar veterinários autônomos.
Para tornar tudo isso mais simples, existe uma peça fundamental: o sistema de gestão veterinária. É nele que você irá registrar e compartilhar procedimentos e protocolos padronizados para toda a equipe. Nossos especialistas concordam: o SimplesVet torna esse processo muuuuito mais simples.
“É definir processo, estabelecer padrão, é dar ferramentas. É aí que entra o SimplesVet“, afirma Jessica. “Eu posso estar na Bahia e todo dia de manhã, ao acordar, eu sei quanto todo mundo vendeu no dia anterior, eu sei o que todo mundo fez, quem atendeu, quem não atendeu, quem demorou para atender, quem não demorou”, acrescenta a consultora.
Vitor, gestor financeiro, corrobora a visão de Jessica. “O desempenho da equipe eu acompanho pelo SimplesVet. Através das telas de produtividade e vendas, eu mensuro isso de forma simples”.
Isso não só aprimora a qualidade dos serviços, mas também facilita o treinamento de novos profissionais, garantindo uma consistência e excelência nos atendimentos. E se você quer aprimorar o engajamento de seus veterinários autônomos, o SimplesVet é a escolha certa. Veja mais formas que podemos ajudar a sua clínica:
Controle o seu comissionamento
Com o Comissionamento do SimplesVet, sua clínica simplifica o cálculo de comissões de forma confiável e transparente. Esta ferramenta promove agilidade ao rastrear, associar vendas a colaboradores e integrar informações ao financeiro. Além disso, oferece flexibilidade na definição dos períodos de pagamento, mantendo o registro organizado. Uma maneira segura e ágil de valorizar e motivar a equipe enquanto mantém o financeiro em ordem.
Organize seus documentos
Imagine a facilidade de ter todos os modelos de receita e protocolos aprovados organizados e acessíveis em um único sistema! Com o SimplesVet, é possível padronizar os procedimentos, permitindo que cada veterinário acesse esses documentos padronizados de forma ágil e prática. Isso garante uma consistência de atendimento e qualidade no serviço, simplificando o trabalho dos profissionais e oferecendo uma experiência única e eficiente.
Analise os atendimentos da sua empresa
Você sabia que o SimplesVet vai além do agendamento de compromissos? A funcionalidade Agenda oferece a análise detalhada dos atendimentos, fornecendo informações cruciais sobre o tempo de espera dos tutores e a duração média das consultas. Esses dados são essenciais para otimizar a experiência do cliente e fornecer feedback direcionado para melhorias contínuas, garantindo um serviço de excelência.
Avalie a satisfação dos seus clientes
Através do módulo de Pesquisa de Satisfação do SimplesVet, você pode medir o nível de satisfação dos clientes. Utilizando o método Net Promoter Score (NPS), é possível coletar feedbacks valiosos e comparar o desempenho da sua clínica com o de seus concorrentes. Essa abordagem estratégica não apenas ajuda a aprimorar a qualidade dos serviços, mas também fortalece a confiança e a fidelidade dos clientes. Experimente e eleve o patamar da sua clínica veterinária!
Se você ainda não usa o SimplesVet, te convidamos a experimentar o sistema gratuitamente por 7 dias. Descubra como essa poderosa ferramenta pode revolucionar sua gestão, aprimorar o atendimento ao cliente e impulsionar o sucesso da sua clínica veterinária. Experimente hoje mesmo a diferença que o SimplesVet pode fazer no seu negócio.
Fontes
Diogo Correa, gestor veterinário, sócio-proprietário do Pet Carioca – CAMEV (RJ)
Jessica Mothé, consultora do mercado pet e sócia do Lola’z Pet (RJ)
Vitor Andrade, gestor do Hospital Veterinário Reino Animal (MG)