História de sucesso

Diogo Gorayeb

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Cesvet | RJ

“Sou o mais novo de três irmãos. Eles são normais, só eu sou veterinário”.
 
É assim que Diogo Gorayeb define, entre risos, sua profissão. A irmã mais velha é médica e o irmão do meio, sócio de Diogo na Cesvet, é advogado. E, embora tenham escolhido caminhos bem diferentes, todos foram influenciados da mesma forma.

Criado no subúrbio do Rio, o trio dividiu moradia com muitos bichos durante a infância. A lembrança mais antiga de Diogo é de um quintal com galinheiro e todo tipo de bicho: cachorro, papagaio, tartaruga, jabuti… tinha até um cabritinho, que se alimentava de mamadeiras que a criançada enchia de leite.
 
Os três sempre adoraram esse cenário. Então por que só Diogo, dos três, seguiu um caminho “fora da normalidade”?

Para o veterinário, tudo mudou quando a família comprou o primeiro cachorro, um pastor branco a que deram o nome de Jumbo. A afeição foi imediata e, quando Diogo tinha 14 anos, o cãozinho faleceu de uma doença chamada dilofilariose, causada por verme. Esse ainda é um problema no Rio de Janeiro. Hoje, existe prevenção e tratamento. Mas, à época…
 
Diogo se lembra de ter cuidado de Jumbo até o fim, em casa. Também se recorda da sensação de cuidar do amigo e pensar no que poderia ter feito para evitar essa situação. Foi assim que, em plena adolescência, escolheu ser veterinário.
 
E não foi só a profissão que Jumbo legou a seu fiel dono: Diogo teve, depois dele, mais quatro pastores brancos.

Um homem na contramão

Formado em medicina veterinária, com especialização em anestesiologia, a primeira parte da carreira de Diogo foi voltada exclusivamente à intervenção cirúrgica de pequenos animais. Mas ele sentia sempre muita falta de lidar com as famílias, na linha de frente do tratamento aos animais.

Enquanto muitos colegas querem ter contato apenas com os animais, Diogo ansiava exatamente pelo contrário. Queria conversar com as pessoas, ensinar como prevenir doenças e evitar problemas graves. Foi depois do mestrado que decidiu empreender na área de terapia veterinária intensiva.

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O que eu queria era fazer mais, alcançar as pessoas, para além dos animais. A maioria dos veterinários escolhe essa carreira porque ama os animais. Eu amo os animais, mas adoro ajudar as pessoas. Eu gosto desse contato. Eu disse que não sou normal!

Diogo Gorayeb, CESVET- Rio de Janeiro (RJ)

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O Cesvet, Centro de Emergências e Suporte Veterinário, localizado na Barra da Tijuca, surgiu para cobrir a carência da região em terapia intensiva. Colegas de outras clínicas mandavam, para o Centro, os casos que estruturas mais enxutas não conseguiam atender.
 
Mas, no caminho, a equipe sentiu a demanda dos clientes por um serviço mais completo. Os tutores questionavam: se eles tratavam tão bem os animais em terapia intensiva, por que não oferecer outros serviços?

Foi exatamente ouvindo os clientes que Diogo trilhou os caminhos contrários: enquanto muitos negócios começam em horário comercial e vão para o plantão 24h, a Cesvet começou com atendimento 24h e foi para horário comercial. A contramão se deu, também, na carreira: ele começou como especialista e, hoje, quanto mais generalista ele atua, mais gosta de sua rotina.

Quem sabe faz, empreende… e ensina

Hoje, além de atender animais, lidar com pessoas e ser dono de clínica, Diogo ainda dá aulas em pós-graduação, na cadeira de anestesia. O carioca também promove cursos, tanto na área de emergência e anestesia, para veterinários que, como ele, gostam de ajudar animais… e pessoas.

Esse cuidado específico com os humanos direciona todas as ações, inclusive as empresariais, de Diogo. Ele tem a visão empreendedora do acolhimento humano até para justificar, na clínica e nas aulas, os valores de um tratamento. Com os alunos, busca interferir, sempre, na importância de usar as técnicas mais modernas e os equipamentos de alta precisão para promover qualidade contínua.

Essa é apenas uma das muitas lições que aprendeu durante o tempo em que morou em São Paulo, estudando para o mestrado e trabalhando em outras clínicas. Na capital paulista, Diogo viu outras formas de atendimento que ainda não eram praticadas no Rio de Janeiro.

No início, como ele trouxe o aprendizado, acreditava que deveria fazer tudo sozinho: o operacional, a área de recursos humanos, os pagamentos, o estoque, treinamentos, marketing… como quem abraça tudo não tem tempo de fazer absolutamente nada, o próprio Diogo admite que todas as iniciativas começavam pelo caminho errado. Ele ficou tão sobrecarregado que chegou a se questionar se era mesmo a veterinária que lhe enchia os olhos.

Mas foi em São Paulo, também, que ele aprendeu o verdadeiro significado do verso de um poeta bem carioca: é impossível ser feliz sozinho. Para tanto, precisaria delegar, contar com a ajuda das pessoas e das ferramentas certas para que a empresa tivesse um futuro perene.

Ainda bem que seu ideal de ajudar as pessoas sempre foi uma via de mão dupla – e Diogo encontrou pessoas, como o irmão, que também gostariam de ajudá-lo. Hoje, a Cesvet conta com uma equipe dedicada ao atendimento de cães e gatos, um sócio que, morando em Portugal, consegue cuidar da parte administrativa e burocrática, e um veterinário que chefia a área fazendo o que realmente ama: cuidando de animais. E de pessoas.

Pedras no caminho constroem castelos

Diogo acredita que uma das grandes dificuldades de ter uma clínica é a burocracia legal da área. Com o irmão e sócio morando da Europa, tem a constante sensação de que, no Brasil, demora-se mais a abrir uma empresa do que em qualquer outro país do mundo.

As dificuldades começam no entendimento do que é necessário para, de fato, ter um CNPJ. “Já começamos contratando alguém para nos ajudar a abrir a empresa. Ou seja, já começamos pagando, e caro, para ter um negócio. O especialista fala que temos que fazer isso, aquilo, e só nos resta acatar, porque, sozinhos, não conseguimos fazer”, afirma.

A parte dos impostos é outra dificuldade – e muito por conta de a medicina veterinária não direcionar os bacharéis para o empreendedorismo. Assim, fica complicado entender, também, o que é que uma clínica ou um hospital veterinário deve pagar. Ele recorda que, nos primeiros seis anos de funcionamento, pagava uma carga maior de tributos do que paga, hoje, ao Simples Nacional, só porque não sabia que era possível pagar menos – e o contador que o atendia não o orientou da maneira devida para ajudá-lo nessa questão.

Conseguir crédito é outra parte difícil do empreendimento veterinário, assim como a gestão trabalhista. Encontrar e reter talentos não é fácil. Existe mão de obra disponível no mercado, mas falta qualidade – uma lacuna que Diogo tenta diminuir através de sua carreira acadêmica, como professor.
 
Por outro lado, anunciar vagas na área do cuidado animal é sempre um bálsamo para quem trabalha no setor: geralmente, as pessoas se candidatam, dentro de suas habilidades, porque gostam de ajudar animais. Elas chegam sempre motivadas, e mantê-las dessa forma é simples: basta apoiá-las, incentivá-las para sua melhor atuação e dá-las lembretes constantes de porque estão ali.
 
Uma boa equipe, para Diogo, é a razão pela qual as portas do empreendimento estão abertas. Quanto mais os clientes confiam nas pessoas que ali trabalham, mais encontram razões para comprar os serviços da empresa. A forma com que o atendimento é feito, como a conversa é guiada e, principalmente, como a equipe vê o lado humano, o drama por trás do problema, faz toda a diferença.

É preciso ser humanamente possível

Apesar de ter um centro de referência em emergências e terapia intensiva, Diogo afirma que 90% dos casos que chegam até a clínica não são emergenciais; a maioria, até, não entra sequer no conceito de urgência. São tutores que veem o animal passar mal, se desesperam e buscam ajuda imediata.

É nesse ponto que a postura de Diogo, de gostar tanto de humanos quanto de animais, faz a diferença. O cuidado em tranquilizar as pessoas é essencial para diminuir a aflição das famílias. “A gente mostra que entende a delicadeza da situação e a reação de cada tutor, mas procura garantir que o animalzinho será bem tratado e que, no fim, vai dar tudo certo”.

Conforme a demanda aumenta, o veterinário conta com ferramentas imprescindíveis para continuar ofertando um trabalho personalizado. Um exemplo é seu sistema veterinário de gestão, da SimplesVet, que o possibilita passar menos horas com serviços burocráticos e administrativos e, por consequência, ele desfruta da maior parte do dia fazendo o que realmente gosta: atendendo animais e conversando com pessoas.

Antes de ter essa “mãozinha”, ele trabalhava de 12 a 14 horas. Dispor do software da SimplesVet, ele garante, tira, tranquilamente, metade das suas horas de trabalhos burocráticos. Como encontrou, nesse sistema, uma forma segura de delegar e controlar, ainda que de longe, os acontecimentos na clínica.

Tudo isso para ficar mais perto da pequena Isabela, que nasceu há pouco mais de um ano. Ela é a segunda filha do veterinário, que já tem o Matheus, de cinco anos. Ambos adoram os animais, assim como ele, na infância.

Trabalhar com tecnologia de ponta e soluções que simplificam e diminuem a ânsia do dono em controlar e delegar funções torna o atendimento personalizado humanamente possível. Assim como torna viável, também, desenvolver novos sonhos de vida, que demandam de Diogo estar longe da Cesvet para serem realizados.

Nós, gatos, nascemos livres

Diogo conviveu com todos os tipos de animais quando criança… menos com gatos. Talvez, por isso, durante a faculdade, desenvolveu uma paixão avassaladora pelos felinos. Um deles tomou seu coração de assalto e foi adotado pelo veterinário enquanto ele ainda era um estudante. Hoje, Harry Potter, que já tem 18 anos, faz parte da grande família de Diogo.
 
Ele tem muita vontade de desenvolver novas formações acadêmicas na área de felinos. Justamente por ser professor, tem vontade de fazer cursos e estágios fora, principalmente na Europa, e mais especificamente na França, país em que adoraria morar, para se manter atualizado e com os conhecimentos avançados nas categorias de serviço que mais ama.
 
Esse desejo só é cada vez mais possível porque, em algum lugar da trajetória, Diogo se livrou da necessidade de controle e apostou em soluções que o deixem mais livre para voar e, quem sabe, conquistar o grande sonho da sua vida, que é desacelerar.

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Hoje em dia temos cada vez menos tempo para os filhos, a esposa, os bichos… por isso quero continuar fazendo o que faço, em uma rotina menos corrida, o que é uma meta alcançável, principalmente contando com uma equipe dedicada e com a SimplesVet na parte da gestão.

Diogo Gorayeb, CESVET- Rio de Janeiro (RJ)

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Como empresário, diz não esperar muito do poder público, e sim das pessoas. Sonha ver cada vez mais solidariedade, empatia e compaixão por parte dos humanos. Vê com bons olhos a adoção, mas não se opõe à compra de cães e gatos, desde que os tutores escolham locais responsáveis nesse âmbito comercial. E que, em casa, cuidem do animal como se fosse, de fato, um membro da família.

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O que a gente mais vê é cachorro saindo de pet shop com lacinho, todo cheiroso, e a boca podre. Se a pessoa quer tratar o animal como filho, tudo bem; mas quando foi a última vez que você levou seu filho no dentista? Se o animal é como um filho, ele precisa de todos os cuidados que um filho humano teria.

Diogo Gorayeb, CESVET- Rio de Janeiro (RJ)

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No entanto, Diogo afirma, é indispensável deixar que os cachorros façam coisas de cachorro, que gatos façam coisas de gato e que pessoas façam coisas de pessoa para que a relação entre espécies seja sempre muito feliz. E dá o recado:

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Não compre ou adotem pela aparência. Defina se você quer uma raça ou um cachorro. Escolha lugares responsáveis, que vacinem e vermifuguem os animais. Antes de incluir um pet na família, e no orçamento, reflita: qual é a quantidade de exercícios você faz diariamente? Qual o espaço que você tem? Se você sai pra correr três vezes por dia, por exemplo, tudo bem ter cachorro em apartamento.

Diogo Gorayeb, CESVET- Rio de Janeiro (RJ)

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Isso vem de um veterinário que adotou um gato, comprou seu quinto pastor branco, acolheu o gato da esposa e, ainda, incluiu outra cadelinha na grande família – que é grande desde cedo, lembra?

A infância é curta e a maturidade é eterna

Um de seus maiores afetos é direcionado a Calvin, pastor branco de dois anos que lembra Jumbo e recebeu o nome em homenagem às charges de Calvin e Haroldo.
 
Muitas pessoas discutem se a história de Calvin e Haroldo narra uma amizade entre um garoto e um bicho real, um garoto e um bicho de pelúcia ou se é um garoto e um amigo imaginário, embora a conclusão fique a cargo de cada um.
 
Talvez seja por isso que o amável pastor branco, na casa de Diogo, tenha recebido o nome de Calvin. Para Diogo, “normalidade” nunca foi algo a se buscar, o que só fez bem a ele e a todos que buscam pela sua competente ajuda.

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O SimplesVet é um sistema de gestão de pet escolhido por mais de 6.000 clínicas veterinárias e petshops. Estamos em todo o Brasil, simplificando a rotina de quem ama cuidar dos animais.

Desde 2013, estamos nessa jornada colecionando histórias inspiradoras – de muito trabalho e sucesso. Por isso, criamos esse projeto de Histórias de sucesso para dar voz a essas pessoas incríveis.

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