“Se você colocasse seu marido e seu cachorro no porta-malas do carro e deixasse os dois presos lá por quatro horas, e depois os libertasse, o que aconteceria?”.
A pergunta, incomum para um hospital veterinário – ou qualquer cenário, na verdade – tinha cheiro e forma de pegadinha. Não soube responder. “Eles morrem?”, foi a primeira coisa que me veio à cabeça, e a resposta que eu dei. Dr. Marcos Andrade riu, acenou a cabeça negativamente e elucidou o “mistério”:
Seu marido vai sair com tanta raiva lá de dentro que vai pedir o divórcio. O cachorro vai pular em você, te lamber e querer brincar. Cachorro é amor incondicional.
Marcos Andrade, HOSPITAL REINO ANIMAL – Betim (MG)
De fato: os bichos de estimação são conhecidos por dar aos tutores uma quantidade enorme de carinho e dedicação. Quando bem cuidados, e amados, dificilmente se estressam. Retribuem, sempre de maneira muito intensa, tudo o que o tutor faz para lhes divertir. É por isso que, mesmo não aconselhando que ninguém faça o “teste do porta-malas” em casa, tendemos a acreditar que a resposta do Dr. Marcos é correta.
Ele sabe disso muito bem: são mais de 30 anos trabalhando com animais, de grande e pequeno porte. Começou a carreira trabalhando com gado em Uberaba, no interior de Minas Gerais. Quando voltou a Belo Horizonte, abriu um consultório veterinário, ainda atendendo grandes animais, em sua maioria.
Com essa especialização, Dr. Marcos rodou o mundo. Fez estágio na Universidade de Munique, levava fazendeiros para exposições de gado nos Estados Unidos e passava longas temporadas cuidando dos animais “de fazenda”. Foi em Chicago, nos EUA, que teve contato mais aprofundado com os cuidados de cães e gatos. Na volta de uma dessas viagens, decidiu que queria trabalhar com bichos de pequeno porte.
Essa escolha moldou a vida de Dr. Marcos, que deu os primeiros passos abrindo uma clínica veterinária. No mesmo lugar, hoje, ele comanda um hospital veterinário, aberto 24 horas por dia e disponível a atender às mais variadas demandas de pequenos animais. Os próprios pets do veterinário, inclusive, dão boas-vindas aos visitantes do hospital. Uma cadelinha grávida e um gato tranquilo atraem a atenção dos visitantes, distribuem carinho e fazem valer as palavras do tutor:
Cachorro é amor incondicional. E gato também.
Outros animais passam pelas mãos experientes do médico veterinário que, ao abrir o hospital, virou referência na região. Dr. Marcos já fez cesariana em cobra, em chinchila e até já colocou pino intramedular em uma calopsita: apenas alguns exemplos da versatilidade de suas ações.
Um de seus casos mais felizes, relata, é o que muita gente chamaria de “milagre”: uma cadela, atropelada, teve várias fraturas e não andava mais. A tutora a tinha levado em um veterinário que, vendo o sofrimento do animal, agendou um horário para o sacrifício: seis da tarde. Sabendo do caso, Dr. Marcos pediu: “traz pra eu ver”. Às cinco, a tutora passou a mão na cachorrinha e levou ao Hospital Reino Animal. Hoje, ela está andando.
É por essas e outras que ter um empreendimento veterinário no Brasil não desanima o médico, embora os impostos sejam uma preocupação – e insatisfação – constante. No geral, Dr. Marcos está feliz por ter montado uma equipe excelente, dedicada e pronta para qualquer atendimento. “Quem reclama da situação até sai de perto”, ele diz, “porque é falar alguma coisa e eu já começo a dizer que eu estou muito satisfeito e não tenho do que reclamar”.
Uma das apostas certeiras para que a conversa rume para esse lado foi a adoção das redes sociais para o hospital veterinário.
Além da tradição e da experiência da equipe, que está em Betim há 33 anos, a adaptação às demandas digitais dos clientes foi crucial para que os valores da empresa fossem percebidos pelos tutores. Dentre eles, Dr. Marcos faz questão de destacar a honestidade, a clareza e a pontualidade.
Marcos Andrade, HOSPITAL REINO ANIMAL – Betim (MG)
Com uma vida estável, tranquila, ele criou seus filhos com base nesses valores e nos princípios de excelência, cuidado, perícia e atualização constante. Como não aprendeu a administrar na faculdade, conta com a ajuda dos filhos, que tem formação empreendedora pelo Sebrae, para tocar o negócio do jeito certo.
O conhecimento técnico foi o perfeito aliado para a adoção de um novo sistema de gestão veterinária. Foram três tentativas, incluindo a de fazer um sistema próprio, antes que Dr. Marcos conhecesse e escolhesse a SimplesVet. O “encontro” se deu em um evento em São Paulo, em 2016. O veterinário ficou curioso com um sistema que prometia simplificar a vida dos gestores e de toda a equipe, promovendo aproximação com os tutores.
O nome – SimplesVet – chamou muita atenção, principalmente porque o sistema que ele estava utilizando, à época, era muito complexo. “O da SimplesVet é isso: simples. Todo mundo aqui aprendeu a usar rapidinho. Indico pra todo mundo”.
Um dos principais motivos da indicação é porque a SimplesVet dá ao Hospital Reino Animal o que Dr. Marcos vem sonhando há tempos: a descentralização. Ele quer que a engrenagem gire com qualidade e responsabilidade independentemente de sua presença.
Em outras palavras, ele quer curtir a vida, e não viver só do trabalho. Sistemas de gestão eficientes avançam nessa possibilidade, e fazem essa independência acontecer.
Quer ver? Nos próximos planos do veterinário que visitou países cuidando de gado, mas se apaixonou pelos bichos de estimação, está uma viagem à Europa. Não para trabalhar: para andar de moto com uma turma de amigos. E, depois que voltar, quer ter mais tempo para curtir seu sítio em Bicas, pintar, reformar objetos e jogar peteca.
Enquanto isso, o hospital, que hoje conta com 15 funcionários – e cuja equipe Dr. Marcos pretende triplicar nos próximos anos –, continua a dar seus passos de sucesso.
É a marca de toda uma história: veterinários que passaram pelo hospital aprenderam tanto que abriram, eles próprios, suas clínicas. A liberdade de aprendizado e o interesse pelo conhecimento são diferenciais do Reino Animal. Assim como o hospital, que funciona o dia todo, ninguém para.
Ninguém quer parar
O próprio Dr. Marcos quer, entre um passeio de moto e um jogo de peteca, se reciclar constantemente, abraçando cirurgias cada vez mais complicadas. Não quer que os outros veterinários do hospital dependam dele e nem competir com as especialidades que já existem. Como gestor, entende que cada um tem seu espaço, e o dele é estudar para ensinar e zelar pela capacitação, cada vez mais precisa, de seus mentorados.
Descansar? Sim, aos fins de semana. Mas aposentadoria… bem, 33 anos depois, ainda não faz parte dos planos.
Sabe o que é? É que veterinário é amor incondicional.
Talvez seja por isso que o médico e os bichinhos se deem tão bem.