Silvio André Ribeiro de Oliveira, 45 anos, vem de uma linhagem de veterinários. Carioca, foi para o Espírito Santo ainda menino, quando seu pai passou em um concurso para veterinário do município de Vitória. Sua infância foi, ele mesmo descreve, “como a de todo filho de veterinário: mexendo com animal o dia todo”.
Na adolescência, houve uma época que ele não quis seguir na profissão do pai. Pura rebeldia. Aos 17, definiu que era essa a sua vocação. Ele se formou médico veterinário em 1997, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Já graduado, voltou para Vitória, onde o pai tinha um consultório.
Mas, querendo traçar seus próprios caminhos, idealizou uma clínica, com uma estrutura melhor, que ainda não existia em Vitória. Queria oferecer mais, com profissionalismo, em um cenário que ele considerava ainda muito amador. O pai, veterinário experiente, alertou: ao empreender, os gastos aumentam, assim como as dificuldades.
Mas Silvio não ligou. Ele tinha que dar esse passo.
Quando montou sua primeira clínica, seu pai fechou o consultório e foi trabalhar com ele, transferindo todos os clientes dele para lá. No início, quando tinha poucos funcionários – e pouco faturamento –, Silvio trabalhava durante o dia como veterinário na sua clínica e, à noite, auxiliava o pai. Ele chegou a, praticamente, morar dentro dessa clínica, pois implementou o atendimento 24h, que ainda não existia na cidade.
E isso não é exagero: ele, de fato, fez um quartinho no canto da clínica e foi morar lá.
A partir daí, trabalhou para se diferenciar, evoluindo como clínico e tornando seu empreendimento referência no pronto-atendimento e no atendimento 24h. O foco era apresentar serviço de qualidade, com foco no paciente e, também, no tutor.
Inovação que corre nas veias
Depois dessa clínica, Silvio começou a produzir filiais na grande Vitória. Com o sucesso da empreitada, surgiu a oportunidade para criar um novo espaço, com outra metodologia de trabalho e outra ideia. O projeto em questão é o Vet Medical, construído em 2015.
A ideia, agora, é servir como centro de suporte e co-working para os veterinários da região. Assim, eles têm o atendimento de triagem e trabalham com locação de salas para outros veterinários. No pacote estão disponíveis centro cirúrgico, internação e consultórios, por dia, hora ou mês, da forma que o veterinário precisar.
Mas, para manter a confiança dos tutores no espaço, para que um veterinário alugue uma sala, é preciso passar pela avaliação de Silvio. Existe um processo de seleção para encaixar, no Vet Medical, profissionais que venham somar, trazendo inovações que dialoguem com a cultura da empresa. Afinal, colocar muitos profissionais da mesma especialidade, ou que não estejam em um mesmo nível dos outros, pode desestruturar o processo.
Embora haja a vontade de empreender e inovar, Silvio tem consciência de que não trilha um caminho fácil. Para ele, o brasil não é um ambiente muito tranquilo para negócios.
Lutamos muito contra instabilidade jurídica, órgãos de regulação do governo, e temos a constante sensação de que o empresário, por aqui, precisava ser vigiado para não fazer nada errado. O propósito da grande maioria dos empresários não é esse; é gerar renda, empregos e impostos que fazem o país crescer.
Silvio Oliveira, VET MEDICAL – Vitória (ES)
Na rotina diária, afirma que o ponto chave do veterinário é entender a necessidade do tutor. Silvio conversa com os colaboradores da Vet Medical para que busquem, sempre, surpreender os clientes, e não apenas dar o que o tutor quer. O atendimento precisa ser diferenciado, assim como o cuidado, e o bem-estar do animal é imprescindível.
O veterinário também se preocupa em sempre demonstrar o quanto está envolvido em cada caso, e o quanto zela pelo bichinho cujos cuidados lhe foram confiados. E, quando o final não é tão feliz, é preciso ter razões para continuar acreditando no bom trabalho.
“Lidamos com a morte e quem está nesse ramo sabe que pode haver a fase da revolta dos familiares, em busca de culpados”, ele diz.
Todo veterinário vai lidar com isso. Mas, se souber levar o caso, dar visibilidade ao que é feito e cuidar do animal com respeito, a dor do luto é um pouquinho abrandada.
Silvio Oliveira, VET MEDICAL – Vitória (ES)
Hoje, sua rotina varia entre atendimento e a parte administrativa. “Atendo por ser teimoso, pois até os consultores disseram para eu sair do atendimento e ficar só na parte administrativa. Mas o dom empreendedor veio depois. Minha essência é ser veterinário e eu não abandono isso pois, se o fizer, mato minha essência, mato o que me motiva”, ele diz.
Para lidar com todas as etapas do processo, da aquisição de clientes até o pós-atendimento, Silvio depende de uma organização de processos impecável. É aí que entra a SimplesVet.
Antes, ele trabalhava com uma outra empresa, que não estava dando frutos, e acompanhava a evolução da SimplesVet, em congressos e na internet. Para a Vet Medical, pensou: qual a empresa de software de gestão veterinária que está mais evoluída hoje? A resposta estava na ponta da língua. “Puxamos o software da SimplesVet para nossa organização e vimos que atendia bem ao nosso propósito. Começamos a utilizar o sistema em outras unidades abertas após a matriz do Vet Medical”.
Para Silvio, contar com um sistema como esse torna mais fáceis todos os processos administrativos da empresa – incluindo o novo módulo de comissionamento, que atende bem às necessidades da organização, tanto para controle quanto para o cálculo de comissões fixas e variáveis.
É a partir de automações como essa, da SimplesVet, que Silvio consegue otimizar os processos da Vet Medical, tendo mais tempo para curtir a família. E, por falar nisso…
Filho de peixe
Silvio é casado com uma veterinária e tem cinco filhos. O mais velho, Andrei, se forma em medicina veterinária ano que vem. A casa ainda conta com duas cachorrinhas, a Menina, uma vira-lata caramelo, e a Isadora, uma poodle.
Ambas entraram na vida do empresário de forma interessante. Menina ia ser sacrificada em uma universidade de Vitória, pois as tentativas de tratamento não obtiveram sucesso, quando um estagiário da clínica de Silvio trouxe a cachorrinha para uma última tentativa. Menina sobreviveu, mas tinha uma personalidade agressiva. O veterinário a levou para sua casa, onde todo o pessoal é acostumado com animais. De lá ela jamais saiu.
Já a poodle Isadora caiu do segundo andar, bateu a cabeça, teve traumatismo craniano e o tutor… pediu para sacrificar. Silvio disse que não faria isso, que ela era passível de tratamento. Quando se recuperou, o tutor não a quis mais. Para o veterinário, não existe animal descartável. Assim, Isadora completou a família.
O objetivo da vida de Silvio, hoje, é trabalhar um pouco menos, para curtir a família e as cadelinhas resgatadas, além de continuar sempre em busca de novidades e inovações que possam fazer a diferença na vida das pessoas.
Prestes a formar um filho veterinário, sendo ele próprio um filho de veterinário, reflete sobre como o mundo pet é maravilhoso e sempre surpreende as pessoas. Para ele, é uma área cheia de emoção, carinho e doação. É, também, um círculo onde se recebe muito amor.
E será que, no futuro, passar o bastão da empresa para o primogênito será fácil? Silvio acredita que sim.
A história de dedicação aos animais começou no meu pai, passa por mim e chega, agora, a meus filhos. São várias gerações focadas em fazer evoluir o cuidado pet. Esperamos fazer bem a nossa parte.
Silvio Oliveira, VET MEDICAL – Vitória (ES)
Fique tranquilo, Silvio, pois vocês fazem melhor do que, simplesmente, cumprir com o dever do veterinário: vocês estão ultrapassando todas as expectativas de quem confia a vida de seus amigos peludos em suas mãos.